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Memória nos Trilhos: Maria Fumaça da Madeira-Mamoré Renasce aos 111 anos de Porto Velho

Um dos símbolos mais emblemáticos de Rondônia, a locomotiva Maria Fumaça Mikado nº 18, está sendo restaurada para resgatar a história e impulsionar o turismo na capital. O projeto, uma iniciativa da prefeitura, coincide com os 111 anos de Porto Velho, celebrados em 2 de outubro, e busca devolver à população um pedaço de sua identidade.

A restauração, executada pela renomada Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), vai além da preservação de um artefato histórico. O objetivo é transformar o Complexo Ferroviário de Porto Velho em um polo turístico de relevância nacional, gerando emprego, renda e reconectando as novas gerações com suas raízes.

O projeto conta com um empenho direto da gestão municipal, liderada pelo prefeito Léo Moraes, que tem na pasta do Turismo, Esporte e Lazer o secretário Paulo Moraes Jr., e conta com a assessoria especial do secretário e historiador Aleks Palitot. Essa tríade tem unido esforços para aliar a gestão pública ao rigor histórico, garantindo que a revitalização seja tecnicamente adequada e culturalmente fiel à memória da ferrovia.

A história resgatada é a da lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, uma obra faraônica do século XX. Construída entre 1907 e 1912 para transportar a borracha boliviana, contou com um canteiro de obras de proporções épicas e força de trabalho de mais de 50 nacionalidades. No entanto, seu legado é marcado pela dor: milhares de trabalhadores, atraídos de diversas partes do mundo, sucumbiram a doenças tropicais como a malária, o que rendeu à ferrovia o triste título de “Ferrovia do Diabo”.

Pela sua importância, o complexo foi tombado como patrimônio histórico pelo arquiteto, escritor e historiador Dr. Luiz Leite de Oliveira, assegurando a proteção deste marco. Agora, a administração municipal articula com o Ministério dos Transportes a recuperação de um trecho dos trilhos, indo além da locomotiva.

Mais de um século depois, Porto Velho busca ressignificar essa narrativa de sacrifício e ousadia. O renascimento da Maria Fumaça não é apenas um ato de preservação; é um gesto de respeito à memória dos que tombaram e uma aposta no futuro. O apito que um dia ecoou sobre o Rio Madeira está prestes a soar novamente, não como um lamento, mas como um sopro de memória e futuro, guiando a cidade rumo a novos caminhos de desenvolvimento e orgulho.

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