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Porto Velho celebra a resistência e o poder da mulher negra em evento histórico

Por Humberto Banchieri

A história não as colocou no palco – elas o conquistaram a força de sangue, suor e sonho.

Nesta segunda-feira (28), o auditório do Prédio do Relógio, sede do Executivo Municipal de Porto Velho, transformou-se em um santuário de resistência e celebração. A Prefeitura, por meio da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (CMPPM), realizou um evento em homenagem ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha – e, ali, entre tambores, palavras de poder e olhares que carregam séculos de luta, uma mensagem ecoou clara: o futuro será negro, feminino e incontornável.

“Não somos passado. Somos o agora” – o discurso que ardeu como fogo

Em meio à programação – que incluiu rodas de conversa, palestras sobre empreendedorismo negro e apresentações culturais que fizeram o chão tremer –, uma voz destacou-se como um raio em céu aberto: a da vice-prefeita Magda dos Anjos. Mulher negra em um dos cargos mais altos da gestão municipal, Magda não usou meias-palavras: “Nos disseram que nosso lugar era o silêncio. Aqui estamos, então, fazendo o que fazemos há séculos: transformando o grito em canção e a dor em poder.” Seu discurso, entre dados cruéis (“Somos 28% da população, mas 66% das vítimas de feminicídio no Brasil”) e afirmações potentes (“Tereza de Benguela não é uma figura histórica – é uma promessa de luta que se renova em cada uma de nós”), arrancou aplausos e lágrimas. Magda ainda destacou ações concretas da Prefeitura: a ampliação de centros de atendimento a mulheres vítimas de violência e o edital de fomento a projetos culturais liderados por mulheres negras. “Isso não é favor. É reparação mínima”, enfatizou. O evento em imagens: onde a luta ganha rosto

(Incluir álbum de fotos com legendas que contam uma história:)

1. “O punho cerrado e a voz que não se cala” – Vice-prefeita Magda dos Anjos ergue as mãos ao final do discurso, rodeada por jovens mulheres negras.

2. “A cultura como trincheira” – Grupo de marabaixo invade o auditório com cores e ritmos que atravessaram gerações.

3. “O futuro observa e aprende” – Crianças negras assistem à palestra principal, sentadas na primeira fileira.

Por que este evento não foi ‘só mais um’ Enquanto o Brasil ainda amarga estatísticas que mostram a mulher negra como principal vítima da violência, da desigualdade salarial e do desmonte de políticas públicas, Porto Velho fez mais que falar – agiu. O evento: – Criou redes entre lideranças comunitárias, artistas e gestoras públicas; – Levou dados (como os 56% de lares brasileiros sustentados por mulheres negras) para o centro do debate; – Lembrou que Tereza de Benguela, aquela que comandou um quilombo inteiro no século XVIII, não é lenda – é espelho. Ao final, enquanto o sol se punha sobre o Rio Madeira, uma certeza ficou: políticas públicas não se fazem só com discursos, mas com orçamento, vontade política e – como mostrou Magda dos Anjos – a coragem de ocupar espaços que antes nos eram negados.

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