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Porto Velho no Século XXI: A Máquina Pública Enfim Sai do Século Passado

Por Humberto Banchieri

Prefeitura de Porto Velho moderniza a gestão documental com implantação do SEI.

Ah, Porto Velho! Cidade que respira o suor da Amazônia, o cheiro do asfalto derretendo sob o sol implacável, e agora — pasmem! — tenta se libertar das amarras do papelório medieval que emperra seus serviços públicos.

Nesta terça-feira (8), a Prefeitura, sob o comando da Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação (SMTI), encabeçada pelo secretário Cezar Marini, decidiu dar um salto do mimeógrafo para o digital.

O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) chega como um sopro de racionalidade em meio ao caos burocrático que há décadas define a administração municipal. Não é pouca coisa. Vivemos em um país onde o “guarde em três vias” ainda é mantra, onde processos se perdem em pilhas de poeira, onde a ineficiência é tão natural quanto o calor de 40°C na sombra. E, no meio dessa selva de carimbos e despachos, eis que surge uma tentativa — ainda que tardia — de modernização.

O SEI promete agilidade, transparência e economia. Três palavras que, na boca do poder público, soam quase como poesia surrealista. Mas vamos ao concreto: servidores serão treinados (Deus os ajude), reuniões setoriais vão tentar convencer os mais resistentes — aqueles que ainda acreditam que um documento só é válido se estiver amarelado pelo tempo —, e a população, essa eterna refém da lentidão estatal, talvez possa um dia acessar um serviço sem precisar de três horas de fila e cinco carimbos.

O local escolhido para o anúncio não poderia ser mais simbólico: o Teatro Banzeiros, palco de tantos dramas humanos. Agora, abriga o primeiro ato de uma (quem sabe?) revolução silenciosa. O cronograma existe, os canais de divulgação estão prontos, mas o desafio real é cultural. Como ensinar a um Brasil acostumado à burocracia cartorial que a digitalização não é um golpe, mas um avanço? A Prefeitura jura que o SEI trará celeridade e transparência.

Eu, cético de plantão, direi apenas: tomara. Porque Porto Velho — e o Brasil — já perderam tempo demais no século passado.

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