Cobertura de Eventos

“Flor de Cacto: O Arraial Que Virou Epopeia”

Confira a Cobertura das noites do 26º Arraial Flor de Cacto

Por Humberto Banchieri

Porto Velho, Rondônia — Se a cultura é o último refúgio da identidade de um povo, então o 26º Arraial Flor de Cacto foi mais do que uma festa: foi um ato de resistência. Entre 30 de maio e 8 de junho, o Campo 1º de Maio, no bairro Caladinho, transformou-se num palco onde tradição e modernidade dançaram de mãos dadas, sob o olhar atento de uma cidade que, ano após ano, renasce no calor das fogueiras juninas.

E não foi só o cheiro de pamonha e carne de sol que tomou conta da Zona Sul. Foi a força de uma comunidade que, mesmo com poucos recursos, faz brotar, no solo árido da burocracia, uma das mais vibrantes celebrações do Norte-Nordeste. O Flor de Cacto não é um evento; é uma obra coletiva, costurada pelas mãos de artistas, cozinheiras, sanfoneiros, dançarinos e, claro, pelo suor invisível dos organizadores.

O Povo Por Trás da Festa

Clodoaldo Negaço, coordenador do arraial, não esconde a emoção ao falar dos 26 anos de história: “É a alegria de ver o povo da Zona Sul tendo seu espaço de celebração. E isso só acontece porque temos parceiros que acreditam na cultura.” Ele se refere, é claro, ao apoio da Prefeitura de Porto Velho, por meio da FUNCULTURAL, e à visão do prefeito Léo Moraes, que entende que uma cidade sem cultura é uma cidade sem alma.

O presidente da Funcultural, Antônio Ferreira, reforça: “Não estamos apenas patrocinando um evento; estamos alimentando uma tradição que gera emprego, movimenta a economia e, acima de tudo, mantém viva a chama do nosso povo.” E os números provam: R$ 51 mil em premiações para quadrilhas, estrutura com banheiros químicos, ruas pavimentadas pela SEMOB — detalhes que fazem a diferença entre o amadorismo e a grandiosidade.

A Festa Que Virou Documentário

TVC Amazônia (canal 06 da ClaroTV) registrou cada momento dessa epopeia popular. Em três coberturas especiais (que você confere nos vídeos abaixo), a equipe capturou a essência do Flor de Cacto:

  1. “Quadrilhas em Guerra: A Dança Que Vale Ouro” – O clima acirrado do concurso, onde passos milimétricos decidem quem leva R$ 20 mil.
  2. “O Forró dos Sem-Nome” – A história dos músicos de barraquinha, que tocam até de madrugada para manter viva a tradição.
  3. “As Mãos Que Alimentam a Festa” – Os vendedores de comida, verdadeiros heróis anônimos, que transformam farinha e carne seca em poesia.

Mais Do Que Festa, Um Legado

Enquanto o Brasil discute polarização, Porto Velho oferece uma lição: no Flor de Cacto, o rico e o pobre, o jovem e o velho, o nortista e o nordestino compartilham o mesmo chão de terra batida. A pavimentação das ruas Xangrila, Bom Jesus e Presidente Médici não foi só obra de infraestrutura; foi um convite para que todos chegassem sem medo.

E assim segue o Calendário Junino 2025, com mais de 20 arraiais pela cidade. Mas o Flor de Cacto já provou: não é o maior, nem o mais luxuoso — é o mais autêntico. Porque, no fim, cultura não se mede em watts de som ou metros de palco. Mede-se em sorrisos, suor e saudade — e disso, o povo da Zona Sul entende como ninguém.

Que venha o 27º. O sertão ainda há de florir.

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