Defesa de “William Homem do Tempo” indica que ele foi “condenado à morte” pelo STF
Ex-policial militar da reserva e ativista social foi condenado a 14 anos de prisão por suposta participação nos atos de 08 de janeiro
Da redação TVC Amazônia

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar o ex-policial militar da reserva e comunicador rondoniense William Ferreira da Silva, de 61 anos, conhecido como “Homem do Tempo”, a 14 anos de reclusão em regime fechado. O voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, foi seguido por outros membros da Corte.
William, que enfrenta um tratamento oncológico ativo, foi sentenciado por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e dano ao patrimônio público. Além da pena de prisão, ele e outros réus foram condenados ao pagamento solidário de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
A defesa considera a decisão desproporcional, especialmente diante da condição de saúde do réu, que passa por sessões de quimioterapia e possui exames médicos agendados até agosto deste ano. Laudos médicos emitidos pelo Hospital de Amor Amazônia atestam que William está em tratamento ativo contra o câncer.
“O que se impôs a William não foi justiça, foi crueldade institucionalizada”, afirmou o advogado Hélio Júnior, que representa o ex-policial. Para ele, a execução imediata da pena representa um “risco consciente e calculado” de morte, diante da precariedade do sistema prisional brasileiro no atendimento a pacientes oncológicos.
A defesa também anunciou que pretende recorrer a instâncias internacionais de direitos humanos para evitar o que classificou como uma “tragédia institucional irreversível”.
William Ferreira ficou conhecido por sua atuação em veículos de comunicação e redes sociais, e nunca teve envolvimento com ações violentas, segundo a defesa. Ele foi acusado de incitar atos antidemocráticos durante os eventos que culminaram nas invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 08 de janeiro de 2023.
A decisão do STF, que ainda aguarda a finalização do julgamento, reforça a linha dura adotada pela Corte nos casos relacionados aos ataques à democracia. Segundo a defesa, o caso de William reacende o debate sobre a proporcionalidade das penas e o tratamento humanitário de presos com doenças graves.