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COITADINHO: Marcos Rocha fala sobre denúncias feitas por Marcelo Cruz e Júnior Gonçalves

Governador diz que há reação de ex-integrantes do governo após nomear Elias Rezende como chefe da Casa Civil; ele também comentou sobre mudanças na Polícia Civil

Da redação TVC Amazônia*

Em entrevista ao podcast Resenha Política, apresentado pelo jornalista Robson Oliveira, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), abordou temas sensíveis e episódios polêmicos envolvendo seu governo e ex-aliados. A conversa, que será divulgada em duas partes, teve como destaque as recentes denúncias feitas por ex-integrantes do primeiro escalão, os desafios da gestão pública e bastidores da política local.

Ao ser questionado sobre as acusações de suposta espionagem dentro do governo, levantadas por nomes como o ex-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, e o deputado estadual Marcelo Cruz, Rocha negou com veemência a existência de grampos ou qualquer ação ilegal.

Talvez tenham confundido com algum objeto deixado em cima da mesa por alguma mulher. Não existe grampo nenhum. Isso é fictício”, disse, reforçando que a Polícia Civil atua com total autonomia, mas sempre dentro da legalidade.

Troca no comando da Polícia Civil e clima de tensão

O governador também demonstrou surpresa com as reações após a substituição do delegado Samir Fouad Abboud, que estava à frente da Polícia Civil há várias gestões. Segundo ele, a repercussão foi desproporcional se comparada a outras mudanças em secretarias.

Quando troquei outros secretários, ninguém reagiu. Mas ao mexer na Polícia Civil, criaram dezenas de sites e perfis falsos com minha foto para tentar gerar desgaste”, afirmou.

Nomeação de Elias Rezende

Sobre a indicação de Elias Rezende para a Casa Civil, Marcos Rocha disse ter enfrentado resistência injustificada. “Criaram um bloqueio porque ele é policial penal? Porque é da área do Direito? Elias é inteligente, esteve comigo desde o início e é extremamente capacitado”, defendeu.

Ele ainda apontou que parte das críticas foram motivadas por interesses contrariados. “Quando alguém não faz o que outros desejam, passam a atacá-lo para minar sua imagem. E, em alguns casos, por dinheiro.”

Ex-secretários e laços pessoais

Rocha comentou com carinho sobre o ex-secretário Júnior Lopes (Sejucel), afirmando que o considera uma pessoa decente e íntegra. “Talvez tenha sido usado. Pode ter assinado algo sem perceber, na boa fé. Mas continuo tendo respeito por ele”, disse.

Já sobre Júnior Gonçalves, o governador relembrou o momento em que este foi afastado do cargo por 60 dias. “Ele chorou. Mandei uma mensagem dizendo que confiava nele, até que se provasse o contrário. E autorizei que ele divulgasse essa mensagem”, relatou.

Saúde, pandemia e hospital Regina Pacis

Durante a entrevista, Marcos Rocha defendeu a compra do hospital Regina Pacis, uma medida que classificou como controversa, porém essencial. “Preferiam que eu comprasse um hospital de lona. Por quê? Três dos críticos da compra foram internados lá. Um deles veio me pedir perdão e admitiu ter sido pago para me atacar”, contou.

Sobre os episódios envolvendo a Polícia Federal durante a pandemia, o governador reconheceu as operações, inclusive na Secretaria de Saúde, então comandada por Fernando Máximo. Questionado sobre os testes supostamente superfaturados, disse que a aquisição foi feita com base nas possibilidades do mercado à época e que havia respaldo jurídico para isso.

Quanto à distribuição dos chamados “kits Covid”, justificou como medida emergencial: “Na ausência de medicamento, as pessoas se agarram à fé. Se dizem para chupar limão, você chupa limão. A fé cura.”

Hospital João Paulo II: nova solução à vista

Rocha confirmou que o governo optou pela aquisição de um hospital pronto para substituir o João Paulo II. Sem citar o nome da unidade, afirmou: “Está tudo praticamente definido. Teremos o hospital aqui em Porto Velho.” Sobre o projeto anterior com a iniciativa privada, garantiu que não houve despesa pública: “A empresa construiria tudo com recursos próprios. Mas o negócio não se sustentou, e cancelamos o contrato antes de qualquer gasto do Estado.”

Início na política e bastidores da campanha

Relembrando sua entrada na vida pública, o governador contou que foi incentivado por aliados do então candidato Jair Bolsonaro. Inicialmente cotado para disputar uma vaga de deputado federal, disse ter sido alvo de deboche quando cogitou sair para o governo. “Olhei para minha esposa, Luana, e ela disse: ‘Vai. O não a gente já tem’. Começamos com R$ 19 mil e um carro velho.”

Ele também revelou que dormia durante a apuração do primeiro turno em 2018. “Acordei com a Luana gritando. Tinha ultrapassado o Maurão e ido para o segundo turno”, lembrou. Rocha disse ainda ter recusado propostas para impulsionar sua imagem nas pesquisas. “Me pediram R$ 8 mil para me colocarem entre os cinco primeiros. Não aceitei.”

Equilíbrio fiscal e contenção de gastos

Ao assumir o governo, Rocha disse ter herdado um déficit de R$ 420 milhões e um cenário desafiador. “Só havia verba para três meses de salários. Ordenei cortes, cobramos dívidas e não aumentamos impostos. Em pouco tempo, conseguimos dinheiro para cobrir até oito meses de folha. E os salários foram pagos em dia durante todo o mandato.”

Ele atribui esses resultados à fé e à integridade pessoal. “Não tenho empresa, não sou produtor. Sou coronel da PM. Quando deixar o governo, volto a dar aula.”

Apoio aos municípios e programas estruturantes

Entre as ações destacadas pelo governador, está o programa Tchau Poeira, que levou asfalto a diversas cidades do estado. Rocha disse que, embora a responsabilidade seja das prefeituras, o Estado também pode contribuir.

Morei em rua sem asfalto. Sei o que isso representa na vida das pessoas.” Ele garantiu que os recursos investidos foram fruto da própria arrecadação estadual, impulsionada pela confiança do setor produtivo em sua gestão.

Relação com o vice-governador e ataques coordenados

Indagado sobre uma possível crise com o vice-governador Sérgio Gonçalves, Rocha minimizou a tensão. “Não considero crise de governo. O que houve foi um movimento estranho de ataques coordenados após algumas mudanças internas.”

Promessa de retorno

Ao final da entrevista, o governador prometeu voltar ao podcast para anunciar oficialmente a compra do novo hospital. “Assim que a entrega for feita, retorno ao programa.” Quando questionado sobre a quantidade de leitos, limitou-se a dizer: “Está tudo meio que pronto.”

A primeira parte da entrevista já está disponível nas plataformas digitais do Resenha Política. PARA ASSISTIR, CLIQUE AQUI.

*Com informações do Rondoniadinamica.

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