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ABSURDO: Jornalista diagnosticada com câncer é destratada pela filha do vereador Devanildo Santana

Filha do vereador que, durante 8 anos, fez parte da gestão de Hildon Chaves, período em que a jornalista enfrentou negligência em 2021 ao ter atendimento negado na Maternidade Municipal

Do Deixa Eu Te Falar

A jornalista Acácia Cavalcanti, diagnosticada com câncer maligno em estágio avançado no colo do útero, tornou-se alvo de comentários desrespeitosos feitos por Kauanny Santana, filha do vereador Devanildo Santana, em um grupo de WhatsApp político nesta quinta-feira (22).

O episódio ocorreu após Acácia opinar sobre a realização de shows públicos com recursos municipais. “Esses eventos representam uma forma de devolver o dinheiro do povo em benefício coletivo, e a cultura ser valorizada, mas há pessoas dr baixa renda que não possuem condições de pagar um show em casas de alto custo”.

Filha do vereador que, durante 8 anos, fez parte da gestão de Hildon Chaves, período em que a jornalista enfrentou negligência em 2021 ao ter atendimento negado na Maternidade Municipal.

A resposta de Kauanny, acadêmica de medicina, foi direta e carregada de desdém. “Mana, para de falar merda, dinheiro da população tem que ser devolvido é para a saúde, onde tem vidas morrendo! Até você, Acácia, está precisando de saúde e recorrendo à vaquinha para conseguir fazer exames”.

Abalada, Acácia rebateu, classificando a fala como insensível e desumana. Em sua resposta, ela destacou que o diagnóstico da doença só foi possível pela celeridade do atendimento na rede municipal e estadual e que exames particulares se tornaram necessários devido à urgência do caso, para que fosse descartada uma possível metástase.

“É lamentável observar esse tipo de comentário com um nível tão baixo em uma conversa pública, especialmente vindo de alguém que deveria prezar pelo respeito, ainda mais sendo filha de um vereador. Querem fazer oposição ao executivo usando minha saúde e esse momento delicado sem que eu tenha te dado liberdade para isso”.

A jornalista explicou que as campanhas solidárias visam cobrir os altos custos do tratamento, que incluem transporte, alimentação, medicações e apoio psicológico. Ela ressaltou que esses gastos frequentemente extrapolam os recursos de qualquer sistema de saúde, público ou privado.

“Mesmo pessoas com rendas altíssimas recorrem ao Hospital de Amor, por saberem que os custos do tratamento são imensos e muitas vezes inviáveis de serem custeados particularmente. Usar minha saúde para um ataque público a qualquer gestor é desumano e demonstra falta de empatia e maturidade”.

A postura de Kauanny foi amplamente criticada, tanto por integrantes do grupo quanto por colegas de profissão. Um dos participantes comentou:

“Se uma estudante de medicina trata mal e com desdém uma paciente oncológica em um grupo de WhatsApp, imagina quando se formar ‘doutora’”.

Outro jornalista acrescentou:

“Achei inacreditável e inaceitável a desconsideração com nossa colega. Ela está doente, mas ainda detém o direito de falar e se manter ativa. Essa situação só reforça a força que ela demonstra ao enfrentar um diagnóstico tão cruel”.

O comentário feito pela filha do vereador, além de insensível, revela uma falta de compreensão sobre os desafios enfrentados por pacientes oncológicos. Transformar uma situação de vulnerabilidade em arma política é um desvio ético que desumaniza a experiência alheia e reduz uma questão de saúde pública a uma disputa de poder.

A abordagem também levanta questionamentos sobre a postura de futuros profissionais da saúde. Como uma acadêmica de medicina, espera-se que a jovem compreenda e pratique os princípios de empatia e respeito à dignidade humana, especialmente diante da dor e do sofrimento. Suas palavras, ao contrário, refletem desprezo e desconsideração, gerando indignação entre membros do grupo e nas redes sociais.

A experiência de Acácia reflete os desafios enfrentados por pacientes oncológicos, que frequentemente precisam recorrer a redes de apoio para cobrir despesas relacionadas ao tratamento. Além do sofrimento físico e emocional, há o peso financeiro e logístico, muitas vezes ignorado em discussões públicas.

A jornalista encerrou com um apelo à reflexão: “Lacrar em uma discussão às custas da dor alheia não é sinal de força ou inteligência, mas sim de falta de sensibilidade e humanidade”.

Acácia, mesmo enfrentando um diagnóstico cruel, continua compartilhando diariamente em grupos sua rifa solidária.

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