Deputado Redano patrocina outdoor com promoção pessoal da Família Rocha e levanta suspeita de uso indevido de dinheiro público
Um dos locais com exaltação do programa CNH Social está bem no Centro da cidade; o outro fica na zona Sul da capital

Da redação TVC Amazônia
Dois outdoors instalados em pontos estratégicos de Porto Velho — um na Avenida Carlos Gomes com Santos Dumont, no bairro Caiari, e outro na Rua da Beira, próximo ao elevado da Avenida Jatuarana — reacenderam o debate sobre o uso indevido de recursos públicos em favor de interesses pessoais e eleitorais.
Outro ponto importante a ser questionado: se a iniciativa partiu do presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero), Alex Redano (Republicanos) e como ele financiou esses “parabéns” dados à família Rocha. Ou seja: ele terá que dar algumas explicações para a Justiça Eleitoral, caso haja a instalação de algum procedimento investigatório.

As publicações têm imagens do governador Marcos Rocha (União Brasil), da primeira-dama Luana Rocha (que também é secretária estadual de Assistência Social) e do irmão dele, Sandro Rocha (diretor-geral do Detran/RO), os painéis vêm sendo alvo de críticas por suposta promoção pessoal bancada com verba pública.
A aparição da família Rocha em peças de publicidade de grande porte, em vias de alta circulação, levanta sérias dúvidas sobre a legalidade da ação, sobretudo com a proximidade do período eleitoral.

As imagens divulgadas inicialmente — “o antes” — indicavam clara exibição de figuras públicas com foco pessoal, sem vínculo direto com ações institucionais ou de interesse coletivo. Após a repercussão negativa, os outdoors passaram por alterações visuais — “o depois” — que aparentam ser tentativas de camuflar a possível ilegalidade já em curso, onde os painéis foram cobertos com um tecido preto.
Especialistas em direito público alertam que a veiculação de propaganda pessoal com recursos estatais pode configurar ato de improbidade administrativa, ferindo diretamente o princípio da impessoalidade previsto no artigo 37, §1º da Constituição Federal. Esse dispositivo proíbe expressamente a promoção de autoridades ou servidores públicos em campanhas ou ações custeadas pelo erário.
“A Constituição é clara: publicidade oficial deve informar, jamais enaltecer figuras públicas. O que estamos presenciando é um desvio da finalidade pública para interesses particulares”, alerta um jurista ouvido pela reportagem.
Além da exposição ostensiva dos integrantes da família Rocha, o que mais chama atenção é o contexto político: com a aproximação da campanha eleitoral, cresce a percepção de que o governo estadual pode estar instrumentalizando a máquina pública para reforçar capital político, valendo-se de espaços publicitários financiados por todos os contribuintes.
Caso se confirme o uso de verba pública na confecção e instalação desses outdoors, os envolvidos podem ser responsabilizados civil, administrativa e até criminalmente. O Ministério Público Eleitoral já foi instado por parlamentares e lideranças civis a investigar o caso com rigor.
Por ora, a principal pergunta que permanece sem resposta é: quem pagou por essa propaganda e com qual finalidade? A sociedade rondoniense exige transparência e respeito aos princípios que regem a administração pública — e a Constituição não pode ser ignorada em nome de ambições pessoais.


